
Imagem extraída do Google Maps
Quatro balaços de pistola cortaram a conversa.
A moto acelerou, debaixo da cama saiu o filho. Nem olhou pra carcaça do pai. No pinote, caiu fora.
Pedia pela mãe.
A mãe vinha pela rua das Acácias em direção a Algas Marinhas. Um filete de rua.
Não se encontraram.
A sirene do Siate riscou o silêncio. O filho ia longe.
Na mãe, deu um calafrio.
– Gilberto da Silva Bueno é seu marido?
Puxou os cabelos foi na hora que não viu o filho.
*Conto extraído da notícia: Marcelo Vellinho, “Criança se esconde embaixo da cama e escapa da morte”. Tribuna, 2009.
parece um flash fotográfico, palavra ágil que diz muito em pouco tempo. Nas entrelinhas, a tragédia das ruas e dos lares, dizimados pela violência. Para o leitor fica o suspense e o desejo de um impossível final feliz. Só pra quem tem talento para transformar a linguagem implacável do jornal em momento de dor. Gostei
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Obrigado. A ideia é dramatizar esses episódios
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e chamar atenção´para as pessoas que vivem essas tragédias diariamente. Espero que vc continue gostando
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