Mudei pra Curitiba e fui parar no Sítio Cercado. Fugia de São Paulo — a buzinada, as pixações, um redemoinho doido. Achei certo.
Isso de sitio me fazia pensar em “árvores”, “córrego” e “passarinhos”. Disseram que era longe. Rodaria muito pra chegar no centro de Curitiba. Num liguei.
Costumei pescar no riozinho daqui perto de casa, o Ganchinho.
Um dia veio no anzol uma montureira de sangue – carne enrolada em fios que nem ninho de pombo. Demorou um tanto pra ver que era o Nelson.
Vizinho conhecido. Na correria direto. Me devia uns trocados. Nunca cobrei.
Outros cobraram.
* Marcelo Vellinho, “Trucidado a facadas e jogado dentro do rio, no Osternack”, 2009.
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