Acordei com os latidos burocráticos do Fran. Ele trincava o silêncio da manhã com notas desafinadas e insistentes. Deve ser um gato, em cima da cerca, pousado no asfalto, limpando-se indiferente ao martelo protocolar do cãozinho. É preciso alertar o felino, esse espaço tem dono!, não chegue perto!, mas o pequeno Fran sabe que a…
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O galo (ainda) canta
por Vilmar Debona* No bairro de Santa Maria, a cidade gaúcha em que moro, ainda há ao menos um galo vivo. Ele canta. Galos urbanos quando cantam, denunciam. Denunciam mais que a domesticação; chegam a acusar projetos falidos de urbanidades cinzas, em que só se buzina, esbarra-se, acotovela-se num vai e vem incessante... e quase…