De zigue-zague em zigue-zague chega-se aonde?

para Orides Fontela e Peter    Um polaco velho cresceu vindo da esquina. Balançando cabeça e braços, avançou na direção do ponto de ônibus, não parou, passou, comeu uns metros de calçada, voltou, murmurou algo, pisou forte até a esquina de onde surgiu, retornou, refez o caminho, assim até o Bracatinga chegar. Uma máscara preta…

Pescadores de trocados

Reencontrei Martim, elegante pescador de trocados da Travessa Nestor de Castro. Preto, espigado, guarda carros e motos numa tira de asfalto junto à trincheira que costura a Castro na Augusto Steinfeld. Cordato, penteia as palavras antes de soprá-las em nossos tímpanos. Conversa fácil, sorriso felino, temi por ele na pandemia. Martim reclamou do preço das…

A rua da minha aldeia

O nome esquisito da rua vem da leva de alemães que povoaram os ermos daqui. O homem anda. Com sílex, facão, peixeira, foice ou retroescavadeira, esse bípede sem plumas abre carreiros, boqueirões, veredas, trilhas, sendas, sendeiros, vielas, vias, ruas, estradas e autopistas. Ou mesmo binários, rápidas e trincheiras, variantes curitibanas. Mas o hábito de andar…